terça-feira, 15 de setembro de 2009

PUC-SP (graduação) English Syntax

15/09/2009

Starting with the question (by Caboclo) about the thematic role of "it" in the sentence:

It was proven almost three centuries ago that light was made up of waves.

Patrícia wanted to know if "it" in the sentence had been assigned a thematic role.

In order to explain to her that "it" in the sentence above does not have a thematic role alone (but only in "coindexation" with "that light was made up of waves"), I resorted to the theory of Principles and Parameters (PPT) to explain that in languages like English which are marked negatively for the Null Subject Parameter (NSP), the semantically empty (nonreferential) subject "it" is just a filler making sure that a position that cannot be left empty is properly filled.

Concepts that we elaborated on during this class:
- Principles and Parameters
- the notion of "subject" (person, number, reference)
- filler, expletive, nonreferential subject
- reference: the connection between language (the sign) and an "object" in the real world.
- Null Subject Parameter: English (-); Portuguese (+)
- There is a relationship between the subject and the verb inflection. This relationship is extremely important in language acquisition.

For next class (28/09/09):
- revise everything we've seen so far
- Work on the exercises about phrase structure

PUC-SP (graduação) Aquisição de Linguagem e Bilinguismo (5as e 6as)

10 e 11/09/2009

Still characterizing and discussing (and):
- nativeness: native speaker (NS) vc nonnative speaker (NNS)
- competence and performance
- emphasizing the biological nature of human language
- defining a language in terms of linguistics
- The Chomskyan perspective on language acquisition

Learning continuum: when you start learning a language, where do you stand in relation to the target language (TL)? Where do you expect to be when you "finish" your course/process? Do you feel you got there already?

A good grammar must have explanatory and descriptive power

A differentiation between receptive skills (listening and reading) and productive skills (speaking and writing). The native speaker also has performance differences between these two sets. Only, however, the native speaker has the "illusion" that s/he can understand everything in her/his native language.

Next class:
We will compare the grammatical judgment between sentences in English and Portuguese.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

"Dicas" para aprender inglês (entrevista à Allianz)

Entrevista dada a jornalista Cláudia Visoni para a Allianz. A Allianz é uma multinacional de origem alemã que promove muito intercâmbio de informações e pessoas pelo mundo. A língua oficial da empresa é o inglês, então teoricamente todo mundo precisa saber se comunicar na língua. Boa parte das pessoas é fluente e mais gente ainda está a caminho de ser. A ideia da matéria é ajudar as pessoas a fazer melhor uso dos recursos de aprendizado que procuram e esclarecer alguns conceitos.


1 - Quais são as principais características das boas escolas e bons métodos de ensino de inglês?
As boas escolas são as que possuem os professores com a melhor formação e maior conhecimento sobre metodologia de ensino e estilo de aprendizagem do inglês. Por mais que vivamos em uma era "pós-métodos", como alguns preferem defender, só somos capazes de identificar o aluno, seu estilo de aprendizagem, a melhor abordagem e se funciona ou não, e o porquê da eficiência, com base em uma formação sólida em tipos de métodos e estilos de aprendizagem. Somente, conhecendo-se bem as diferentes metodologias, métodos e abordagens é possível se desvincular dos métodos e avaliar o que cada indivíduo necessita. É somente através do conhecimento que podemos transgredir as receitas, e nos livrarmos das amarras dos métodos e metodologias. É comum profissionais que defendem essa liberdade não possuírem tal conhecimento, e seguirem uma fórmula baseada na “escola de pensamento da vez” fantasiada de “livre de métodos”. Há também uma outra questão, normalmente negligenciada pelas escolas e coordenadores em geral: questões de aquisição de uma segunda língua. É de suma importância que um bom professor, com uma boa formação e um sólido conhecimento sobre diferentes metodologias também conheça os processos psicolingüísticos envolvidos na aquisição. Para tal, uma formação lingüística, além de pedagógica é importante. Isso só é possível se a escola tiver bons professores sob uma boa coordenação.
2 – Quais os indícios de que um curso não está dando resultado e é melhor procurar outra alternativa para aprender inglês?
O melhor termômetro é, primeiramente, se você sente estar aprendendo, se gosta de ir à aula. Nem sempre é divertido, mas você tem que sentir que funciona. Muitas vezes, não aprendemos uma língua por estarmos em uma situação em que a “metodologia” da escola não é compatível com nosso estilo de aprendizagem. O leigo não consegue identificar isso, e muitas vezes nem o professor, e o aprendiz acaba por se sentir incapaz de aprender, enquanto o professor acredita que o aluno “não aprende”. Só um professor capacitado com as qualidades que mencionei na primeira pergunta é capaz de identificar essa incompatibilidade e redirecionar o aluno. Algumas pessoas aprendem melhor com um professor individual, outros em grupo. Outros ainda em uma abordagem mais tradicional. Outros, mais desinibidos, se dão bem em uma escola que valoriza as práticas sociais. Portanto, não se deve levar à risca a indicação de “abordagem da vez”.
3 – Quais são as suas dicas para fazer o inglês “deslanchar” nas viagens ao exterior?
Primeiramente, estar no chamado nível intermediário ou avançado. Fica difícil “penetrar” a língua sem ter um vocabulário básico e boas noções de funcionamento da língua. Não viaje com alguém que fala inglês melhor que você, você ficará à sombra dessa pessoa. O último, e mais importante, fuja de pessoas que falam sua língua nativa. Lembre-se de que de onde você vem, todo mundo fala sua língua. Não há a menor necessidade de viajar tanto e gastar uma fortuna para praticar português. Para quem vai para fora buscando um curso de línguas, fica a dica: se seu nível for intermediário ou superior, procure um curso de culinária, fotografia, paisagismo, design gráfico ou qualquer outro, menos de inglês. O Brasil é um país que tem excelência (reconhecida) no ensino de inglês. Dificilmente você vai encontrar uma escola no exterior que ofereça condições melhores que os bons institutos brasileiros. Além disso, seus colegas de classe serão estrangeiros que falarão inglês com sotaque igual ou pior que você. Nos cursos que eu mencionei, você terá aula com nativos (colegas e professores) e sua exposição à língua aumentará consideravelmente.
4 – Além de ter aulas, quais outras atitudes cotidianas podem facilitar o aprendizado do inglês?
Recomendo ler em inglês, assistir filmes com legendas em inglês e tentar se expor ao máximo à língua. Tentar conversar com pessoas que você sabe que falam melhor que você também ajuda. No entanto, qualquer dica vai por água abaixo sem se considerar as características individuais do aprendiz. Alguns brasileiros não se sentem bem em conversar com outros brasileiros em inglês. Tinha uma amiga, que dava aulas de inglês, e ela tinha três gravadores estrategicamente posicionados na sua casa. Onde quer que fosse ligava um “áudio-book” para ficar ouvindo a língua e se expor ao máximo à melodia e cadência do inglês. A melhor dica é fazer o que você acredita que funciona para você, mesmo que seja ouvir sua música favorita no “youtube” na versão Karaokê.
5 – O que fazer para superar o bloqueio na hora de falar quando a compreensão oral já é quase completa?
Novamente, não há uma fórmula para isso. Acho que viajar, considerando-se as sugestões acima e as dicas de como se expor mais à língua ajudam muito. Vários dos bloqueios não são de cunho lingüístico, mas psicológico. Algumas pessoas não se identificam com a língua e se sentem “ridículos” falando um outro idioma. São barreiras que o aprendiz deve superar, mesmo que seja com ajuda de terapia. O simples fato de entender o que é falado, ler e escrever, sem conseguir falar é indício suficiente que a língua foi aprendida. Portanto, o bloqueio não advém da incapacidade lingüística do indivíduo, mas de sua auto-imagem ou qualquer outro impedimento que está fora da capacidade da linguagem.
6 - É possível se tornar bilíngue mesmo começando a estudar inglês depois de adulto?
Sim. Há atualmente no Brasil uma confusão enorme sobre o termo “bilíngüe”. O termo bilíngüe refere-se a qualquer pessoa que tem comando (intermediário ou avançado) de um idioma. Interessantemente, uma criança que cresce falando duas línguas simultaneamente também é dita bilíngüe. A diferença entre o primeira definição e a segunda é que o adulto é chamado de bilíngüe consecutivo (aquele que aprende primeiramente a língua materna e posteriormente uma outra língua e possuirá sotaque, limitação de vocabulário e limitação intuitiva sobre julgamentos gramaticais, referentes à aceitabilidade de sentenças na língua aprendida), enquanto que a criança que cresce falando duas línguas é um bilíngüe simultâneo, como se possuísse duas línguas maternas. Sim, embora de tipos diferentes, ambos são bilíngües.
7 – Por que é mais fácil para as crianças aprender inglês?
Digamos que a criança está numa fase de desenvolvimento em que seu organismo se movimenta no sentido de adquirir a língua. Por volta de três anos e meio a estrutura lingüística de uma criança já está formada. Faz parte da programação biológica do ser humano desenvolver linguagem para interagir com o mundo. A criança está desenvolvendo a linguagem como está desenvolvendo outras funções. Após a sedimentação e aquisição completa de sua primeira língua, tal função parece estar cada vez menos disponível; sendo assim, o processo é cada vez mais difícil com o passar dos anos.

Bilinguismo: Mitos

Em breve comentarei cada uma das perguntas e respostas (Marcello)


O que é Bilingüismo?

Bilingüismo é o termo que define a habilidade de um indivíduo de se comunicar em duas línguas, sendo que uma língua pode predominar em relação a outra.

Os lingüistas usam o termo "bilingüismo equilibrado" para designar a fluência completa (entender, falar, escrever e ler) em duas línguas.

Mitos com relação ao bilingüismo


"Aprender duas línguas ao mesmo tempo confunde a criança e diminui sua inteligência."

Este mito surgiu com base em pesquisas antigas feitas nos Estados Unidos, que afirmavam que pessoas bilíngües eram menos inteligentes que as monolíngües. Pesquisas recentes detectaram várias falhas nessas pesquisas antigas. O maior erro é que esses estudos foram feitos com crianças que haviam migrado há pouco tempo para os Estados Unidos e obviamente não tinham tido tempo de aprender o inglês.

Foi apenas a partir de 1962 que os estudos de E. Pearl e W. Lambert , realizados com alto rigor científico e metodológico, comprovaram a superioridade intelectual dos bilíngües; superioridade esta que diz respeito a uma maior flexibilidade cognitiva, resultante da constante passagem de um sistema lingüístico a outro. A partir daí, outras pesquisas nesta área, desenvolvidas na Suiça por L. Balkan(1983), na Ucrânia por J.Cummings e M.Gulutsan (1983) e na Nigéria por N.Okoh(1980), demonstraram que os bilíngües possuíam mais habilidades para realizar operações mentais com percentuais, faziam construções verbais e não-verbais mais elaboradas, tinham mais facilidade para deduzir regras e mostravam-se mais criativos e com maior capacidade para analisar os conceitos subjacentes às informações recebidas.



"A criança deve aprender primeiro uma língua direito para depois aprender a outra."

Como no item acima, é mais um mito baseado em pesquisas ultrapassadas. As crianças que aprendem duas línguas em um ambiente familiar com amor e carinho conseguem aprender as duas línguas perfeitamente. Já as crianças que aprendem as duas línguas em um ambiente familiar ou social hostil e estressado podem apresentar problemas no desenvolvimento lingüístico - o mesmo acontece com crianças que aprendem apenas uma língua. Ou seja, o ambiente saudável e o amor que a criança recebe é que vão determinar o seu desenvolvimento. O número de línguas que ela aprende não tem nada a ver com isso.


"Uma criança que aprende duas línguas não vai se sentir bem falando nenhuma das duas. Não vai pertencer nem a uma cultura, nem a outra."

Os parentes, amigos ou até estranhos no meio da rua se acham muitas vezes no direito de aconselhar as mães a tomarem cuidado com os "problemas de identidade" que a criança pode ter se falar duas línguas. Acham que a criança não conseguirá se identificar nem com uma cultura nem com outra. A verdade é que os adultos que cresceram como bilíngües em geral dizem que não tiveram dificuldade de se integrarem a uma ou outra cultura. As crianças que são bem recebidas em ambas as culturas se sentirão bem nas duas culturas. Uma criança que fala português e alemão se sentirá bem tanto com pessoas que falam português como com pessoas que falam alemão. Qualquer problema nessa área é de origem social ou pessoal, não lingüística.


"Quem fala duas línguas pensa só em uma e traduz mentalmente para a outra."

A grande maioria das pessoas que são bilíngües pensa nas duas línguas. Elas não precisam traduzir mentalmente de uma para a outra, como a maioria das pessoas que só falam uma língua imagina.




"Crianças bilíngües serão ótimos tradutores quando crescerem."

Falso. Nenhum estudo mostra um relação entre bilingüismo e facilidade (ou dificuldade) para traduzir.


"Uma pessoa bilíngüe de verdade nunca mistura as línguas. Quem confunde uma língua com outra não fala nem uma nem outra direito."

Os bilíngües misturam as línguas às vezes e é por isso que muita gente duvida de que realmente consigam separar uma da outra. Em geral, não se trata de confusão ou dificuldade de separar as línguas. Na maioria dos casos, os bilíngües usam uma palavra da outra língua quando não acham tradução direta ou quando querem causar efeito. Crianças pequenas que estejam aprendendo as duas línguas podem misturar um pouco durante algum tempo, mas isso tende a se normalizar com a continuidade do aprendizado das línguas.

"Os bilíngües têm dupla personalidade."

Bilingüismo não leva à dupla personalidade. O que acontece é que os bilíngües assumem atitudes diferentes quando falam uma ou outra língua devido às diferenças culturais relacionadas a essas línguas. Quando um bilíngüe fala português, ele se comporta de acordo com o padrão de comportamento das pessoas que falam português com ele. Ao falar alemão, não terá apenas que mudar de língua, mas também de atitude ao se comunicar em um meio "alemão". Isso não tem nada a ver com a personalidade do indivíduo, e sim com o ambiente social em que se encontra.


"O bilingüismo é uma exceção. O normal é ser monolíngüe."

É praticamente impossível saber exatamente quantas pessoas bilíngües existem no mundo, mas as últimas estimativas indicam que mais da metade da população mundial é bilíngüe. Quem nasceu em um país onde só se fala uma língua não percebe que a grande maioria dos países abriga falantes de várias línguas. Mesmo dentro do Brasil há regiões onde mais de uma língua são faladas e onde as crianças crescem bilíngües


"O seu filho já tem X anos? Agora é tarde, ele nunca vai aprender as duas línguas."

É verdade que, quanto mais cedo alguém aprender uma língua, mais rápido e melhor será o aprendizado. As razões para isso são biológicas - crianças aprendem melhor e mais rápido que os adultos. Por outro lado, há adultos que conseguem aprender perfeitamente uma outra língua, muitas vezes até sem sotaque. Tenha a pessoa que idade tiver, ela é capaz de aprender uma outra língua. As diferenças de aprendizado de uma pessoa para a outra são causadas não só pela idade, mas também pelo empenho, motivação, nível escolar, tempo de exposição à língua, entre outros fatores.
Se o seu filho já não tem mais três anos de idade, mas também não é um adulto, não há porque não começar agora a falar português com ele, caso você só tenha falado alemão até hoje.




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